Daqui a umas horas termina uma era que nos acompanhou durante os últimos 10 anos. "How i met your mother" foram aqueles 20 minutos semanais que tinha por companhia nos últimos tempos, é verdade que sigo outras séries, mas esta tinha um sabor especial. As peripécias destes cinco vão deixar saudades: as mil e uma maneiras do Barney conseguir um engate, a relação do Marshall e Lily, a brutalidade da Robin e a personalidade do Ted.
Cinco pessoas tão diferentes que dão vida a um tão coeso grupo de amigos, deixa vontade de poder ter alguém assim para sair todas as noites, beber um copo e divertir-se todos juntos, isto se as circunstâncias que nos juntaram a todos não nos voltassem a separar.
Bem, esperemos que apareça por aí uma série que nos agarre a todos tanto quanto esta o fez....
Passou quase um ano desde que fiz esta reportagem, e quase três que deixei Viseu. E ainda assim cada vez que vejo estas imagens fico cheio de vontade de voltar a viver outra vez os maravilhosos três anos que lá passei. Relembrar todos os quantos conheci, reencontrar todas as amizades que fiz. Viseu deu-me grandes alegrias, fez-me crescer, trouxe-me pessoas para a vida. Viseu apaixonou-me...
(Eu sei que pode ser um pouco egocêntrico da minha parte mostrar um trabalho meu e não um dos muitos que foram feitos sobre o mesmo tema, mas este tem um sabor especial e modéstia à parte está mais completo do que alguns que passaram pelas televisões)
Todos os dias volto o vazio olhar para a janela que ilumina a minha manhã, os raios de luz penetram lenta e dolorosamente o meu cérebro, e ouço. Começo a ouvir as gotas de chuva a tilintar nos vidros da minha janela, som que me acorda para a decadência de mais um dia. Subtraindo-me ao estado onde os sonhos, por alguma razão biológica, não tem cor atira-me para a imensidão de mais um dia cinzento.
Para lá da fina camada transparente que me separa do mundo, as pessoas movimentam-se como pequenos peões como se tudo não passasse de um enorme tabuleiro de mesa. Movidas à mercê um uma mão invisível enfrentam a dura rotina diária munidas de um contagiante sorriso. Parecem felizes. Invejo-lhes por isso a capacidade de camuflar toda a mágoa reprimida e os sonhos desfeitos atrás de um tão simples e inocente gesto.
Consigo sorrir então, não por mim mas por quem mais forte do que eu consegue devolver a cor a tão tenebroso dia, por quem aceita o diário desfazendo-se de ilusões.
Mas o sorriso é efémero e a revolta chega em força. Começa então a saudade. Saudade dos tempos em que nada nos podia vencer, saudade dos tempos em que se podia sonhar, ter ilusões de grandeza, saudade dos dias preenchidos de risos sinceros. Apenas saudade.
Pois, saudade, que por ser palavra só à língua portuguesa pertence, que por ser sentimento, tão bem me define.