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Perhaps não são ervilhas!

Se tudo na vida fosse perfeito não havia talvez. E perhaps eram ervilhas...

Quando desistir de um sonho só acontece em medicina!

por António, em 30.09.14

Costumo seguir o P3, sei que não lhe fará justiça chamando-lhe assim, mas é uma espécie de jornal jovem do Público. No geral gosto daquilo que é escrito, maioritariamente temas pertinentes que não tem espaço nos jornais generalistas por culpa de conteúdos de informação mais duvidosa ou então crónicas de opinião que (muitas vezes) deixam cronistas conhecidos parecer colunistas de revistas cor de rosa.

Mas algures estes dias deparei-me com um pequeno texto que fala de sonhos destruídos por algumas décimas. Ora, basta ler o título para se perceber que é mais do mesmo. Sempre que há algum 'sonho destruído' não pode mais ser que não medicina! Só aqueles que se candidatam vezes sem conta a medicina é que vêem os seus sonhos ser destruídos por falta de algumas décimas! Os restantes cursos nem existem, são meras opções para aqueles que não conseguem entrar em medicina. Sim, porque o objetivo de todos nós é sem dúvida ser médicos, só escolhemos outro curso por saber de antemão que o nosso sonho iria esbarrar com a grotesca média que é preciso para se ser médico! 

Não há certamente gente que quereria seguir, sei lá, arquitetura e a sua média não chegou para entrar no curso. Não há! Essas pessoas queriam mesmo era ser médicos!

E quando há uma melhor média que se recusa a entrar em medicia? É certamente um rebelde... Não entrou em medicina porquê? Era o que ele queria. Aquilo é uma birra para fugir a convenções sociais! Vai perceber que quer mesmo é medicina, se tem nota para isso é isso que tem de escolher.

É assim tão inconcebível perceber que nem toda a gente tem o sonho de ser médico? É tão perturbador perceber que há anualmente alunos com sonhos destruídos sem se candidatarem a medicina? Quantos há que falham o acesso ao ensino superior e consequentemente ao seu sonho? Teremos todos de ter uma média de 17/18 para ter o direito de nos queixarmos da sorte? 

Não é uma média que define ninguém! Já conheci gente com média baixa com uma cultura e inteligência brutal. Por outro lado, já conheci grandes médias com a cabeça mais oca que se possa imaginar. 

Não tenho nada contra quem tenta estudar medicina e não consegue, deve ser realmente difícil desistir de um sonho graças a limitações que um estúpido sistema de categorização nos impõe, mas é preciso perceber que nem tudo é medicina e que há outros tantos alunos a falhar outros sonhos. Mas neste tipo de notícias apenas se pode ter pena daqueles que não entram em medicina e tem todos os outros cursos disponíveis. Já aqueles que escolhem outro curso, falham a entrada e pouco mais tem que escolher a não ser entrar numa área diferente da deles, não é preciso ter pena.

Que tentassem medicina! 

Será inocente?

por António, em 16.09.14

É curioso que no dia que marca o regresso às aulas (e à praxe) a TVI tenha emitido mais uma reportagem sobre a tragédia do Meco, reforçando sempre a ideia de que estava a decorrer uma praxe aquando daquele incidente e condenando o alegado praxista. Coincidência?

Século XXI?

por António, em 27.05.14

Farzana Iqbal, 25 anos, grávida de três meses, foi apedrejada até à morte por membros da sua família, incluindo o próprio pai, quando esperava para ser ouvida em tribunal esta terça-feira. A mulher é uma das várias centenas que morrem anualmente vítimas dos chamados “crimes de honra”. Neste caso, Farzana casou-se com um homem que não foi escolhido pela sua família.

Farzana esperava pela abertura do tribunal na cidade de Lahore, quando foi cercada por um grupo de cerca de 20 homens, entre eles o pai, dois irmãos e um antigo noivo. Os homens começaram a apedrejá-la com tijolos e pedras e após vários ferimentos sofridos a mulher caiu inanimada. A sua morte foi declarada pouco depois no hospital, indicou à Reuters Umer Cheema, um responsável da polícia local.

Com a chegada das autoridades, apenas o pai de Farzana foi interceptado e interrogado. À polícia o homem admitiu ter contribuído para a morte da filha, que resultou de uma questão de honra da família. Muitos paquistaneses acreditam que quando uma mulher se casa com alguém de sua escolha desonra os seus familiares.

Segundo Umer Cheema, a paquistanesa chegou a estar noiva de um primo, para um casamento arranjado pela família, mas recusou a imposição e decidiu casar-se com o homem que amava. O marido de Farzana acabou por ser acusado do rapto da jovem e esta terça-feira esta preparava-se para testemunhar em tribunal e negar a versão da família, indicou o seu advogado, Rao Mohammad Kharal, à AFP.

Este é um dos perto de mil casos de mortes que se registam todos os anos no Paquistão justificadas com a necessidade de honrar a família. Segundo o grupo activista pela defesa dos direitos humanos Aurat Foundation, o número de mulheres assassinadas pela própria família deverá ser superior, já que os casos registados foram todos reunidos com base em notícias.

O Governo paquistanês não tem quaisquer estatísticas sobre estes casos e são poucas as vezes em que chegam a tribunal. Quando chegam a uma sala de audiência, os processos prolongam-se durante meses ou mesmo anos. Mesmo que haja uma condenação, é raro que o acusado seja punido, porque a legislação do país permite à família da vítima perdoar o seu homicida. Na maioria dos casos, a mulher e o homicida têm uma relação familiar. In Público