(a qualidade não é a melhor, mas dá para perceber)
O Benfica tem-nos habituado às excelentes jogadas e a uma, cada vez mais crescente, calma na forma como as executa. Ainda assim, tenho visto, o Benfica ser acusado de ganhar jogos com pormenores individuais, ao contrário de Porto e Sporting que apostam no jogo coletivo.
E até podem, em parte, podem ter razão. Há no Benfica jogadores que num rasgo de genialidade fazem golos monumentais, como já fez o Markovic (aqui) ou o Enzo Perez (aqui) entre os muitos outros excelentes jogadores que o plantel benfiquista, felizmente, tem.
Mas não se pode generalizar - para qualquer um dos lados - o Benfica tem esta época uma das mais inteligentes formas de jogar dos últimos anos. O Benfica sabe organizar um jogo. Sabe gerir uma vantagem. Sabe defender. Sabe atacar. Sabe aumentar ou diminuir o ritmo em qualquer momento do encontro. É o melhor ataque e a melhor defesa (à jornada 24). Tem no banco jogadores que nada tem a menos que os titulares. O Benfica arrisca-se, por isso, a roçar a perfeição.
É por isso que criticam, porque nos olham de baixo.
E eis que com uma jogada de 14 passes, a circular entre oito jogadores, a terminar com uma assistência monumental de Markovic para o Lima encostar., o Benfica responde. Foi só uma jogada de mestre(s) lá para lados da Luz...
Lazar Markovic é mais um do lote de jogadores sérvios que chegaram ao Benfica. É mais um dos onze que regularmente entram em campo envergando aquela camisola encarnada e é mais um dos que faz milhares de benfiquistas pular e gritar de alegria.
O 50 do Benfica é só o terceiro melhor marcador da equipa, com 5 golos - 14% dos golos da equipa -, a par de Cardozo, mas ainda assim atrás de Lima, com 8 golos, e Rodrigo, com 7. É apenas mais um dos que contribuiu para os 37 golos que o glorioso apontou em 20 jornadas.
A grande diferença é a forma como marca, como corre, como luta. O miúdo de 19 anos deixa adversários experientes pregados ao chão. Finta, mostra uma raça impressionante. Mostra querer, garra e ambição. Nem todos os jogos está ao mesmo nível, como todos os jogadores de futebol no mundo, mas basta-lhe um momento, um rasgo de genialidade para fazer a diferença. E nasce uma obra-prima. Foi assim com o Gil Vicente, Sporting, Académica, Paços de Ferreira e ontem com o Vitória de Guimarães.
É assim que um miúdo faz levantar milhares de adeptos. É assim que faz vibrar de alegria a milhões de Benfiquistas. É que para este menino não basta marcar, é preciso fazê-lo com arte!