Bem pessoal...
...sintam-se à vontade para me começar a tratar por Mestre!
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...sintam-se à vontade para me começar a tratar por Mestre!
...aparentemente eles tem tudo contra mim, que fui praxista!
Luís Pedro Nunes protagonizou, a meu ver, uma das mais lamentáveis intervenções contra a praxe. Concordo que as praxes que gozaram com o Meco foram de mau gosto, desnecessárias e totalmente reprováveis. Mas isso não dá o direito a ninguém de chamar a praxistas e praxados "grunhos", "imbecis" e "merdas" e dizer que os alunos que compactuam com as praxes deviam ser expulsos das universidades!
O mais interessante no meio disto tudo, e não estou a desculpar qualquer praxe, é a falta de moral que é preciso ter para se dizer isto num programa - o eixo do mal - que tece comentários sarcásticos e piadas sobre a actualidade!
Cada um é livre de dar a sua opinião sobre a praxe, cada um é livre de integrar ou não a praxe. O mais curioso é que sempre vi anti praxe nos recintos das latadas e queimas, sabendo-se perfeitamente que as actividades académicas são um produto da praxe!
Sejamos sinceros, nunca vi praxistas incomodar-se tanto com pessoas anti praxe, como vejo anti praxe incomodar-se tanto com pessoas praxistas!
Costumo seguir o P3, sei que não lhe fará justiça chamando-lhe assim, mas é uma espécie de jornal jovem do Público. No geral gosto daquilo que é escrito, maioritariamente temas pertinentes que não tem espaço nos jornais generalistas por culpa de conteúdos de informação mais duvidosa ou então crónicas de opinião que (muitas vezes) deixam cronistas conhecidos parecer colunistas de revistas cor de rosa.
Mas algures estes dias deparei-me com um pequeno texto que fala de sonhos destruídos por algumas décimas. Ora, basta ler o título para se perceber que é mais do mesmo. Sempre que há algum 'sonho destruído' não pode mais ser que não medicina! Só aqueles que se candidatam vezes sem conta a medicina é que vêem os seus sonhos ser destruídos por falta de algumas décimas! Os restantes cursos nem existem, são meras opções para aqueles que não conseguem entrar em medicina. Sim, porque o objetivo de todos nós é sem dúvida ser médicos, só escolhemos outro curso por saber de antemão que o nosso sonho iria esbarrar com a grotesca média que é preciso para se ser médico!
Não há certamente gente que quereria seguir, sei lá, arquitetura e a sua média não chegou para entrar no curso. Não há! Essas pessoas queriam mesmo era ser médicos!
E quando há uma melhor média que se recusa a entrar em medicia? É certamente um rebelde... Não entrou em medicina porquê? Era o que ele queria. Aquilo é uma birra para fugir a convenções sociais! Vai perceber que quer mesmo é medicina, se tem nota para isso é isso que tem de escolher.
É assim tão inconcebível perceber que nem toda a gente tem o sonho de ser médico? É tão perturbador perceber que há anualmente alunos com sonhos destruídos sem se candidatarem a medicina? Quantos há que falham o acesso ao ensino superior e consequentemente ao seu sonho? Teremos todos de ter uma média de 17/18 para ter o direito de nos queixarmos da sorte?
Não é uma média que define ninguém! Já conheci gente com média baixa com uma cultura e inteligência brutal. Por outro lado, já conheci grandes médias com a cabeça mais oca que se possa imaginar.
Não tenho nada contra quem tenta estudar medicina e não consegue, deve ser realmente difícil desistir de um sonho graças a limitações que um estúpido sistema de categorização nos impõe, mas é preciso perceber que nem tudo é medicina e que há outros tantos alunos a falhar outros sonhos. Mas neste tipo de notícias apenas se pode ter pena daqueles que não entram em medicina e tem todos os outros cursos disponíveis. Já aqueles que escolhem outro curso, falham a entrada e pouco mais tem que escolher a não ser entrar numa área diferente da deles, não é preciso ter pena.
Que tentassem medicina!
É curioso que no dia que marca o regresso às aulas (e à praxe) a TVI tenha emitido mais uma reportagem sobre a tragédia do Meco, reforçando sempre a ideia de que estava a decorrer uma praxe aquando daquele incidente e condenando o alegado praxista. Coincidência?
...ao meu relatório final!
Ando desaparecido destes lados mas tudo tem uma justificação, ando dedicado ao meu relatório final - que devia estar bem mais avançado - mas já vai tendo conteúdo. Mais 60 páginas e está pronto!
Se alguém se disponibilizar para fazer isto está à vontade, é só contactar!
Realizou-se esta terça-feira o exame nacional de Língua Portuguesa do 9º ano e como já é comum os jornalistas vão para a porta das escolas saber como correu.
Geralmente os alunos queixam-se da dificuldade dos exames e que Os Lusíadas ou O Auto da Barca do Inferno são textos muito complicados e que nem deviam estar no programa e tal. Desta vez não houve textos e surpresa das surpresas, os alunos queixaram-se da falta que as obras fazem ao exame. Suponho que faziam questão de interpretar os autores que integram o plano de estudos do 9º ano e foi-lhes negado tal prazeroso deleite!
Por entre as queixas os alunos afirmaram ainda que a gramática era demasiado fácil e segundo afirmou uma das alunas ao JN "estudei bué horas, revi a gramática toda e, afinal, as perguntas eram muito fáceis. Até um aluno do 6.º ano conseguia responder a este exame". E eu que já não conseguia imaginar coisa mais fácil do que o exame do ano que passou.
Ora no meu tempo quando uma coisa era demasiado fácil nós não andávamos a espalhar aos sete ventos o quão fácil era, porque certamente haveria um difícil a caminho. Verdade seja dita também nunca havia nada fácil, especialmente os exames.
E já agora, que tipo de alunos anda o país a produzir? Fazem-se exames de ano para ano mais fáceis porquê? É com o medo de que o abandono escolar aumente e os nossos números sejam maiores do que os da União Europeia? É para mostrar ao mundo que o nosso sistema educacional resulta e temos grandes percentagens de alunos no ensino secundário?
Espera-se que o ensino superior não comece a dar facilidades destas. Se for para dar avisem-me que eu congelo a minha matricula e apresento a minha tese quando for mais fácil!
A revista Time interessou-se por fazer uma reportagem sobre Portugal, mais concretamente sobre quem na altura estava aos comandos do país, António de Oliveira Salazar. Ora, como bom português e dotado de um egocentrismo que o acompanhou até ao útlimo dos seus dias, Salazar acreditava plenamente que a revista reconheceria o seu regime como um exemplo para o mundo e acedeu à realização da reportagem. Já a Time teve uma visão diferente do regime Salazarista e deu destaque de capa ao ditador português:
"Salazar de Portugal, o decano dos ditadores"
Por outras palavras, Salazar era o mais antigo ditador da Europa. Escusado será dizer que a revista foi proíbida em Portugal. E pronto foi isto que retive em três horas de aula, ainda assim pouca gente sabe da existência desta capa.
É revoltante chegar a Coimbra e ver como as pessoas olham de lado um grupo de praxe. Os caloiros não estavam mais do que a divertir-se na companhia de doutores, havia risos e corridas. E as pessoas que esperava na paragem pela "carreira" olhavam de lado e teciam comentários. É suposto que Coimbra seja onde nasceu a praxe, é mais do que comum grupos de trajados, caloiros a cantar, noites de praxe, mas por alguma razão já deixou de ser normal praxar e ser praxado. As pessoas que viam divertidas a praxe agora marcam presença para combater este flagelo, porque o que há um ano era divertido hoje é humilhação, se há um ano os trauseuntes incentivavam hoje pedem misericórdia pelos pobres caloiros que estão ali a ser humilhados enquanto se estão a rir. Até esse riso deve ser obrigatório. Contra mim escrevo, mas algo vai mal quando as pessoas dizem o que a comunicação social diz, as pessoas mergulharam numa ignorância tal que não conseguem formalizar uma opinião própria, só o que se diz na televisão é que conta, o que sai nos jornais é a única verdade. Se toda a comunicação social der uma notícia falsa toda a população a considera verdadeira e absorve a opinião dos média (que já não sabem o que é isenção). É este o retrato de uma sociedade cada vez mais hipócrita e com graves problemas de anorexia mental.
Passou quase um ano desde que fiz esta reportagem, e quase três que deixei Viseu. E ainda assim cada vez que vejo estas imagens fico cheio de vontade de voltar a viver outra vez os maravilhosos três anos que lá passei. Relembrar todos os quantos conheci, reencontrar todas as amizades que fiz. Viseu deu-me grandes alegrias, fez-me crescer, trouxe-me pessoas para a vida. Viseu apaixonou-me...
(Eu sei que pode ser um pouco egocêntrico da minha parte mostrar um trabalho meu e não um dos muitos que foram feitos sobre o mesmo tema, mas este tem um sabor especial e modéstia à parte está mais completo do que alguns que passaram pelas televisões)