Um bar é o espaço ideal para se pôr a conversa em dia, ter agradáveis momentos ou até menos agradáveis. Mas anda sempre lá alguém a rondar as mesas e esse alguém, ainda que sem quer, também ouve!
É preciso, por vezes, ter cuidado com o que se diz, ou onde se diz. Ainda agora mesmo acabei de ouvir uma rapariga a dizer às amigas "eu às vezes também choro agarrada ao bicho".
Dizem que a noite é a melhor conselheira. Por entre mágoas lá nos vai repetindo conselhos que não estão em mais lado senão em nós mesmos. Mas insiste sempre em pensar no pior lado de cada resposta a uma qualquer dúvida que nos atormenta. Talvez não seja tão boa conselheira. Lá companhia pode ser, não há melhor ouvinte que o silêncio da noite. Não há melhor calmante que a brisa da escuridão. Talvez seja só um estado depressivo, mas gosto demasiado do carinho que a noite me dá sem pedir nada em troca. Gosto demasiado da calma que me transmite. Gosto demasiado da quietude com que me abraça. Mas não gosto dos conselhos que me dá! Talvez não consiga ser tudo. Talvez precise das pessoas. Não sei.
As equipas europeias, que por norma dominam os mundiais, não conseguem impor o seu jogo. Por outro lado as equipas do continente americano, teoricamente mais fracas (com excepção do Brasil e Argentina), estão a dominar o campeonato do mundo, conseguindo excluir já selecções como Espanha e Inglaterra (e quase Portugal).
Não sei se a questão é o clima, a diferença horária, o relvado, não sei. A questão é que não é comum ter um cenário desta natureza num campeonato do mundo. Se as contas terminassem neste momento estavam 5 selecções europeias, 8 americanas e 3 africanas nos oitavos de final.
Quanto ao jogo de Portugal é mais do mesmo, correr atrás do prejuízo! Somos sempre assim, já assim foi na qualificação para o mundial, é assim em quase todos os mundiais e europeus, e até acaba por ser um pouco a nossa imagem como portugueses, parece que não conseguimos estar bem, assim que estamos melhor vamos arranjar maneira de entortar as coisas só para ir atrás da melhoria. Se temos dinheiro vamos gastá-lo para depois andar desesperados a tentar pagar dívidas, se estamos a ganhar mais vale perder para tentar dar a volta ao jogo. Enfim, somos uns lutadores. Não gostamos das coisas facilitadas!
Apesar do mundial dominar certamente as capas dos jornais não podemos esquecer o Rui Costa. O ciclista português fez história ao vencer pela terceira vez consecutiva a voltar à Suíça.
Realizou-se esta terça-feira o exame nacional de Língua Portuguesa do 9º ano e como já é comum os jornalistas vão para a porta das escolas saber como correu.
Geralmente os alunos queixam-se da dificuldade dos exames e que Os Lusíadas ou O Auto da Barca do Inferno são textos muito complicados e que nem deviam estar no programa e tal. Desta vez não houve textos e surpresa das surpresas, os alunos queixaram-se da falta que as obras fazem ao exame. Suponho que faziam questão de interpretar os autores que integram o plano de estudos do 9º ano e foi-lhes negado tal prazeroso deleite!
Por entre as queixas os alunos afirmaram ainda que a gramática era demasiado fácil e segundo afirmou uma das alunas ao JN "estudei bué horas, revi a gramática toda e, afinal, as perguntas eram muito fáceis. Até um aluno do 6.º ano conseguia responder a este exame". E eu que já não conseguia imaginar coisa mais fácil do que o exame do ano que passou.
Ora no meu tempo quando uma coisa era demasiado fácil nós não andávamos a espalhar aos sete ventos o quão fácil era, porque certamente haveria um difícil a caminho. Verdade seja dita também nunca havia nada fácil, especialmente os exames.
E já agora, que tipo de alunos anda o país a produzir? Fazem-se exames de ano para ano mais fáceis porquê? É com o medo de que o abandono escolar aumente e os nossos números sejam maiores do que os da União Europeia? É para mostrar ao mundo que o nosso sistema educacional resulta e temos grandes percentagens de alunos no ensino secundário?
Espera-se que o ensino superior não comece a dar facilidades destas. Se for para dar avisem-me que eu congelo a minha matricula e apresento a minha tese quando for mais fácil!
Por entre as mais diversas histórias e estórias que no meu feed do facebook apareciam houve uma que me cativou especial atenção e mais ainda quando li aquelas simples palavras. O conceito do obsceno no facebook.
Antes de ler o texto da Ana pensei no que realmente seria o obsceno. Questionei-me sobre o que será a obscenidade no seio de uma rede utilizada diariamente por milhões de pessoas das mais variadas culturas. É certo que todos temos diferentes percepções do que é ou não obsceno. Aquilo que eu posso considerar arte pode ofender a sensibilidade de outra pessoa? É possível. Assim como há movimentos anti filmes e tentativas de moções de censura a livros por parte de grupos mais conservadores.
Confesso que nestas lides sou um liberalista e não consigo compreender o que é que a estátua David de Michelangelo ou dois frames de um filme em que duas raparigas exprimem livremente a sua homossexualidade causa tamanha indignação às pessoas.
Para mim é mais chocante que crianças de 13 anos (ou por aí) adicionem fotografias quase despidas. É mais chocante as conversas que se vê no perfil das mesmas com homens com idade para serem pais delas.
Mas talvez seja eu quem está errado. Talvez ser pais aos 14 anos seja normal e a homossexualidade não. Talvez a nudez de uma adolescente na internet seja normal e a escultura de um homem despido com mais de 500 anos não. Talvez uma adolescente menor "namorar" com alguém com mais de 30 anos seja normal e um livro ou um filme com conteúdo mais erótico ou que põe em causa certas crenças não.
Desculpem-me o desabafo, mas há certas coisas nesta sociedade que por mais anos que viva não vou compreender. Toda a gente é livre de aceitar ou não as coisas, não precisam é de tentar impingir a crença pessoal aos outros. Se não concordam com o conteúdo de uma página no facebook não dão "gosto", não seguem. Simples!
(P.S.: Perdoem-me os sexismos, são apenas modos de comparação já que o mesmo se aplica aos dois sexos).