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Ao que parece a vencedora do festival da canção (Suzy - Quero ser tua (como a lua é do luar)) motivou uma onda de indignação nas redes sociais, tudo porque venceu a edição do presente anos do festival da canção. Sucedem-se as acusações de "vergonha nacional", multiplicam-se páginas de "eu quero que este ou aquele represente Portugl na Eurovisão", especula-se que esta música "não reflete o panorama musical ou cultural português".
Permitam-me discordar.
Tanto o estilo da música como a própria letra refletem todo o panorama musical, cultural e mental português. Para começar, se foi a canção que ganhou é porque houve uma maioria de pessoas a votar na Suzy. Depois, a Suzy são apenas 3 minutos das 5 ou 6 horas de audiência ao domingo nos três principais canais de televisão, e não vejo tanta gente indignada com esses programas. Pode também falar-se nos programas da manhã de segunda a sexta e ao sábado de tarde, ainda assim menos músicais. Não é por se indignarem tanto que vão anular o concurso, até porque muitos dos indignados nem sabia que estava a decorrer o festival da canção, preferindo seguir as novelas da TVI ou SIC, mas apercebendo-se do sucedido quiseram manifestar-se contra (o que não deixa de ser típico). A música da Suzy contém uma (grande) quantidade de erros propositados, como também não deixa de ser comum nas músicas portuguesas dizer-se as maiores barbaridades criando-se letras sem sentido lógico, mas desde qua rime está tudo bem (deixo sobre este ponto um bom esmiuçar da letra).
Já tardava em chegar uma moda nova ao Facebook. Mas eis que chegou e em força!
Agora as pessoas veem-se em todo lado, é na biblioteca, é no comboio, no autocarro. Depois vão contar as histórias ou estórias para toda a gente ler e acreditar que o amor é um conto de fadas que acontece como nos romances de Nicholas Sparks e que é muito triste quando aqueles olhares ardentes e carinhosos se cruzaram numa viagem de autocarro, comboio, metro ou na biblioteca, não terminam num romance ardente e lascivo.
É normal as pessoas verem-se nos autocarros ou comboios, as viagens demoram muitas horas e nem sempre há como matar esse tempo e há certamente alguém que nos prende um pouco mais a atenção, no big deal! Então quando se está na biblioteca a estudar várias horas seguidas até o olhar da funcionária que arruma os livros há 20 anos é uma alegria.
Não é por se trocar uns olhares num metro apinhado de gente que vai nascer dali um romance eterno e cheio de corações, nunca pensaram que a pessoa pode não poder olhar para outro lado? Às vezes vão pessoas mal cheirosas no metro!
No meio de tanta gente que se viu, o que me faz mais sentido mesmo é o Vi-te no banco traseiro do meu carro. Haverá certamente mais amores que começaram nesse recondito espaço do que no autocarro, comboio ou bibliotecas...
Esta senhora, que ao que parece fez uma petição contra o casamento por parte de casais homossexuais, apresentou, à parte das assinaturas, o argumento que faz com que todos os portugueses aceitem e defendam não só o fim do casamento, como o referendo à co-adoção. Tudo isto porque o casaco que a senhora veste é verde! Ora, com um argumento de tal nível, aliado a um notório daltonismo não deixa margem para dúvidas. É caso para dizer que com argumentos deste gabarito os nossos governantes teriam muito mais credibilidade.
Apoio, mais do que o referendo a nomeação da dona Isilda, que consegue 5.000 assinaturas e não consegue mais porque não quer, (nota-se já que não é gananciosa) a primeiro-ministro!!!