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Perhaps não são ervilhas!

Se tudo na vida fosse perfeito não havia talvez. E perhaps eram ervilhas...

Déjà vu...

por António, em 18.02.14

Todos os dias volto o vazio olhar para a janela que ilumina a minha manhã, os raios de luz penetram lenta e dolorosamente o meu cérebro, e ouço. Começo a ouvir as gotas de chuva a tilintar nos vidros da minha janela, som que me acorda para a decadência de mais um dia. Subtraindo-me ao estado onde os sonhos, por alguma razão biológica, não tem cor atira-me para a imensidão de mais um dia cinzento.

Para lá da fina camada transparente que me separa do mundo, as pessoas movimentam-se como pequenos peões como se tudo não passasse de um enorme tabuleiro de mesa. Movidas à mercê um uma mão invisível enfrentam a dura rotina diária munidas de um contagiante sorriso. Parecem felizes. Invejo-lhes por isso a capacidade de camuflar toda a mágoa reprimida e os sonhos desfeitos atrás de um tão simples e inocente gesto.

Consigo sorrir então, não por mim mas por quem mais forte do que eu consegue devolver a cor a tão tenebroso dia, por quem aceita o diário desfazendo-se de ilusões.

Mas o sorriso é efémero e a revolta chega em força. Começa então a saudade. Saudade dos tempos em que nada nos podia vencer, saudade dos tempos em que se podia sonhar, ter ilusões de grandeza, saudade dos dias preenchidos de risos sinceros. Apenas saudade.

Pois, saudade, que por ser palavra só à língua portuguesa pertence, que por ser sentimento, tão bem me define.

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