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Perhaps não são ervilhas!

Se tudo na vida fosse perfeito não havia talvez. E perhaps eram ervilhas...

Seguindo a onda....

por António, em 31.01.14

Passaram apenas seis ou sete dias desde que estou na blogosfera (do sapo) e devo confessar que esta experiência está a ser fantástica, o feedback que tenho recebido é muito bom, o que tem ajudado a continuar a escrever quase diáriamente. Outra novidade -  que descobri ontem - são estas tags em comunidade, tipo o inspira-me e o follow friday, sendo assim, e seguindo a onda hei-de recomendar um blogue...

Vou então recomendar o Few days on land... Foi o primeiro blogue que segui e que me seguiu e é um blogue que gosto de ler e acompanhar, para além de que conheço quem o escreve e a dedicação com que o faz diáriamente. Resta-me agradecer-lhe por me ter acolhido tão bem neste novo mundo...

Inspira-me #1

por António, em 30.01.14

Quando se está sem inspiração pede-se uma ajuda e o inspira-me quer previsões para 2014...

 

1. Quem vai ganhar o mundial?

Ora, adorava dizer que Portugal vai fazer um brilharete no Mundial, e vencer aquilo...mas, por muito que eu deseje tal acontecimento, temo que não vai acontecer e o meu favoritísmo vai sem dúvida pa a Alemanha. A seleção alemã tem uma equipa fantástica, um 11 inicial capaz de fazer inveja a qualquer equipa do mundo, mas surpresas acontecem.

 

2. Uma tendência de 2013 que devia acabar em 2014?

Os chapéus (ou caps) que os "swagers" usam. São simplesmente feios, tem palas que presas a um cabo de madeira fariam belas pás e depois tem palavras ou símbolos (em certos casos dúvido que sejam marcas) que tenho a certeza que quem  os usa não faz a minima ideia do que sigificam!

 

3. Uma notícia que vai ser dada em 2014.

Há várias notícias que se sabe à partida que acontecem, a Samsung e Apple vão lançar novos telemóveis, o FMI (não) vai embora....etc... Mas se alguém souber de algum furo que me diga, pode ser que me dê emprego!!!

 

4. Um blog que devia ser criado.

Ora, esta é fácil e até já aconteceu, chama-se Perhapsnaosaoervilhas!!!

Só o amor verdadeiro vê as senhoras da senhora...

por António, em 29.01.14


A marca Ravijour criou um sutiã que apenas abre caso a mulher sinta amor verdadeiro, e por amor verdadeiro entenda-se "aquele" ritmo cardiaco durante um certo período de tempo. Qual sensação de borboletas na barriga? Os japoneses dizem que quem manda é o coração e só ele é que sabe se deve abrir ou não o sutiã para as senhoras da senhora disfrutarem do verdadeiro amor.

Para além da magnificiência a todos os níveis desta publicidade, surgem-me certas questões...

Ora, se apenas e só o verdadeiro amor desbloqueia o sutiã, quer dizer que assim que a pessoa que o usar vai andar com ele até encontrar o amor verdadeiro? E tomar banho? E se as ditas crescem? E se nunca aparece o amor verdadeiro? E no caso de encontrar o mor verdadeiro e a relação entrar na rotina e o sutiã não abre, será que é motivo de divórvio?

A boa notícia - acredito que para estas senhoras também - é que ter o sutiã não é de todo um impedimento para o resto, dando assim razão ao mote "enquanto não encontrares o homem certo, diverte-te com o errado", neste caso, as senhoras tem uma ajuda extra, quem sabe o homem errado pode revelar-se o certo?

Por outro lado, a marca estará já a pensar em criar uma cueca que apenas baixa com a autorização expressa dos pais! (esta sim faria sucesso)

 

A crise declarou-se anti-praxe!

por António, em 27.01.14

Nos próximos dias será, certamente, realizado um tribunal de praxe. Convocados estamos todos, menos a crise, essa declarou-se anti-praxe!

Estava a evitar tocar no assunto que está na ordem do dia: a praxe, quero eu dizer, a anti-praxe. A comunicação social infestou-se de críticas severas - e muitas vezes infundadas - a este tema. Escreveram-se crónicas, reportagens, críticas e desconfio que romances, é um nicho de mercado descoberto com séculos de atraso, mas espremido até à exaustão.

Não me cabe criticar a posição de cada um no que diz respeito à sua concordância, ou não, com a prática praxista, mas não consigo concordar que se generalize a praxe com tão depreciativa adjetivação. Há, com toda a certeza, establecimentos de ensino superior onde a praxe é difícil e abusiva, mas pese-se que a praxe não é feita apenas de trajados, é feita de caloiros. Se há praxe é porque há caloiros que se dispõe a ser praxados, ninguém os arrasta até à praxe e há - pelo menos onde eu estudei havia - documentos que se podem entregar à comissão de praxe (ou orgão semelhante) onde o caloiro se declara anti-praxe!

Apesar do assunto ocupar a maior parte do atual horário nobre da informação, ainda não vi quem procurasse a opinião de quem gosta da praxe, de quem vive a praxe. A televisão (especialmente) procura falar apenas com quem não gostou da praxe, mas cuja cobardia se superioriorizou ao carácter, alimentando assim dúbias expressões como comparar a praxe a "sociedades secretas", esquecendo-se que ela é regida por um livro de estritas regras disponível à comunidade escolar, ao contrário das ditas "sociedades secretas" em que os seus rituais são praticados sem qualquer transparência. Vi também, no DN, a exemplo de vários, uma pessoa que se queixa que chegava a casa cheia de hematomas de fazer granadas, suponho que esteja a tentar dizer que é uma menina muito frágil, caso contrário a culpa é apenas e só de quem faz a granada. A mesma pessoa confessa ainda que entrou na praxe porque - e repare-se - "era muito timidita, aquele tipo de miúda que fez o secundário com 18 e tinha a ideia de que haveria vantagens do ponto de vista académico, supostamente os padrinhos - cada caloiro tem um padrinho ou uma madrinha - facilitavam apontamentos e testes anteriores e se não entrássemos na praxe não teríamos acesso a essas coisas (a ironia é que depois percebi que estava tudo nos computadores da escola). Decidi por isso não me declarar contra", que esmiuçando fica algo de "eu fiz o secundário com 18 valores, sou uma frustrada porque entrei em enfermagem, mas tenho de ter mais facilmente acesso a apontamentos porque sou melhor que voces todos", confirmando a minha tese de que só foram entrevistados cobardes de fraco carácter.

Se quiserem ver o outro lado da coisa, o ano de caloiro foi o melhor ano da minha vida académica, conheci das melhores pessoas e vivi como poucos a praxe, fui às minhas praxes, fui a praxes de outros, baixei a cabeça, corri, rebolei, cantei/gritei, saltei, mas nunca vi a minha integridade física posta em causa, nunca fui (nem vi quem fosse) humilhado, ensinaram-me a praxar e sobretudo a respeitar o traje e ao fim de cada praxe saí de cabeça levantada com aqueles que de entre caloiros e doutores, mais do que isso eram amigos!

Em jeitos de finalizar - que já vou alongado nas horas - se alguma crítica tenho realmente a fazer é a moralidade da televisão em atacar a praxe, é que comparado com a minha praxe a programação das televisões portuguesas é tortura. Mas como em tudo que de mau existe há uma outra perspectiva, consigo também ver uma vantagem, uma única vantagem: é que a crise, o desemprego, troika, défices, referendos e afins devem ter acabado porque não se soube mais deles, na volta declararam-se anti-praxe!

Não sei em que dia decorrerá o tribunal, mas aponta-se como acusados, a comunicação social por passar ao lado da ética, o governo na pessoa de Nuno Crato, porque estando já proíbidas as praxes dentro dos recintos escolares não vejo que mais podem fazer, a não ser meter-se ao barulho só para ficar bem na fotografia, ao restante governo porque sim, e a todos os que me estou a esquecer, também pelas devidas razões. Pede-se então às mesas de acusação e defesa que sejam "mãos largas" no número de pauladas  e restantes sanções, apelando-se por fim à mesa dos jurados para que as apliquem com afinco.

Dez anos volvidos...

por António, em 26.01.14

No dia 25 de Janeiro em que eu tinha 13 anos o Benfica jogou em Guimarães. 

Na altura não tinha internet, televisão só sinal aberto e na sala, a minha mãe queria ver a novela (livre-se aquele que tentar interromper tão sagrado momento). Fui então para o meu quarto, deitei-me na cama, mesmo por baixo do quadro que ostenta o glorioso simbolo do SLB, liguei o rádio - já sintonizado no canal onde se relatava o futebol - e dediquei toda a atenção a roer as unhas.

Lembro-me que gostava do treinador do Benfica, o Camacho, podiamos ser Campeões nesse ano! No banco contrário sentava-se Jorge Jesus, mas esse não interessava, não era da minha equipa! 

O jogo era de nervos, o Benfica não marcava golos e eu já não tinha mais unhas para roer. Não havia posição de conforto para mim. O quarto era já pequeno para tão grande carga nervosa que me assolava. E então, aos 90 minutos Fernando Aguiar marcou. O Benfica marcou! Não me contive e gritei o golo, mas consegui conter um "caralho" de raiva, não fosse a minha mãe mandar-me confessar ou pior...desligar-me o rádio.

O momento seguinte foi das imagens mais tristes que guardo. Fehér. Miki Fehér caiu inanimado no relvado, o relatador não conseguia perceber o que se passava, estava incrédulo com o que via. Percebi que era realmente algo de grave quando ouvi algo sobre o Tiago cair de joelhos no relvado a chorar. Os médicos tentavam reanimar o jogador que teimava em não acordar, havia problemas com a entrada da ambulância no relvado e, sem o menor sinal de fraqueza as minhas lagrimas escorriam face abaixo. 

O jogo terminou, mas para a equipa e para os milhões de benfiquistas começava um pior, jogo esse em que fomos duramente derrotados, arriscaria até a falar em goleada. Pelo menos para mim custou mais do que qualquer derrota em campo.

Fiquei colado à televisão até ao anúncio que mais temia: a morte de Fehér. Instintivamente peguei numa faixa negra e coloquei em forma de cachecol por cima do quadro, não é que fosse alterar alguma coisa. Foi apenas a minha homenagem. Foi a minha forma de dizer "adeus". De dizer "obrigado".

Muda-se a pontuação e é filosofia...

por António, em 25.01.14

Todos temos momentos - e eu confesso que se me apontam alguns - em que podemos justificar o velho dito: "perdeste uma bela oportunidade de estar calado". Mas ao comentário mais estúpido se, por vezes, se lhe trocar um ponto pode fazer-se filosofia.

Ora, tudo aconteceu durante a minha estadia em Viseu, e numa sala de cinema. Relendo agora a frase anterior parece o ponto de partida para um relato que pode suscitar interpretações menos moralistas, (não que eu saiba o que se faz numa sala de cinema, às escuras para além de se ver um filme!).

Meia hora depois de iniciada a película já não havia pipocas, e a culpa não se devia à magnifica obra de arte que era o filme, muito até pelo contrário, mas sim porque eu comprei o balde mais pequeno. Estava em dieta, ou provavelmente tinha enfardado uma francesinha ao jantar. 

Num plano aproximado em que expressão facial do Tom Hanks ocupava a grande tela, a legenda apareceu uns segundos antes do ator proferir a ditosa palavra e, numa súbita atenção tentei aquilo que - creio eu - já todos tentámos fazer, depois de saber em português acompanhei o ator agora na lingua de sua majestade. A letras brancas no ecrã estava apenas uma palavra "talvez" e eu atirei um calmo "maybe" enquanto que pelas colunas se ouviu um nervoso "perhaps". 

Confesso que no momento, e peço desde já perdão a todas as professoras que teimaram em ensinar-me inglês, a palavra dita e a palavra escrita não tinham, na minha cabeça, o mesmo significado e numa estupidificação do vocábulo atirei: "Mas perhaps não são ervilhas?".

Tamanha barbaridade valeu a quem estava ao meu lado uma boa dose de riso. Já a mim só me rendeu uma história parva e uma reclamação da senhora à minha frente que, ao que parece estava a apreciar o filme. Certamente não entendia inglês!