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Perhaps não são ervilhas!

Se tudo na vida fosse perfeito não havia talvez. E perhaps eram ervilhas...

A tecnologia que nos perturba!

por António, em 19.09.14

É quase perturbador perceber que no mundo atual já pouca gente vive sem tecnologia, a internet faz parte do dia a dia de quase todos nós (40% da população mundial já tem acesso à internet). O simples telemóvel ou o computador são já essenciais na maioria dos trabalhos, ou vida pessoal. Todo este aumento não acarreta apenas vantagens. A utilização da tecnologia causa perturbações nos seus utilizadores e segundo o DSM (manual de diagnóstico e estatística das perturbações mentais) há oito novas perturbações associadas ao consumo excessivo da técnologia:

 

Síndrome do toque fantasma

Este síndrome caracteriza-se pela sensação de que o nosso telemóvel está a tocar, e, quando, vamos confirmar quem nos está a ligar ou a enviar mensagem percebemos que ninguém estava a fazer nenhuma das duas coisas. Segundo o livro iDisorder, 70% dos utilizadores de smartphones afirma ter vivido tal experiência. 

 

Depressão devia ao Facebook

Não se pode considerar ser uma depressão que necessite de acompanhamento médico, mas observando o nosso feed de notícias diáriamente há sempre (ou quase sempre) alguém com estados depressivos, frases profundas etc. Ora, essa mesma depressão exposta nas redes sociais é causada, essencialmente, pelas redes sociais, mais concretamente causada pela excessiva interação social online, o que pode provocar sentimentos de isolamento, inutilidade, comparação da nossa vida com a dos outros, falta de energia, falta de sono, etc.

Um estudo da Universidade de Michigan demonstra que o grau de depressão entre os jovens, está correlacionado com o tempo que gastam no Facebook. Isto pode dever-se a que, por norma, as pessoas tendem a colocar coisas boas, férias, vida descansada, carros, casas, promoções no trabalho, festas, etc. Assim, facilmente nos comparamos com os outros e temos tendência a desvalorizarmos a nossa vida.

 

Dependência a jogos online

Os jogos online tem de ser aditivos, caso contrário ninguém os jogava. O pior é quando não se consegue controlar essa dependência e temos a necessidade de estar sempre a jogar e, consequentemente, negligenciamos as tarefas básicas do ser humano como dormir, comer, tomar banho, etc. Um estudo realizado em 2010, na Coreia do Sul, demonstra que cerca de 18% dos jovens entre os 9 – 39 anos sofrem de dependência de jogos online. Existe mesmo uma lei, Lei Cinderela que limita o acesso aos jogos entre a meia noite e as 6h da manhã para os utilizadores menores de 16 anos.

 

Nomophobia

Esta perturbação, de nome pomposo, pode descrever-se pela ansiedade causada devido a não termos acesso ao dispositivo móvel ou Internet. Imaginem-se num local onde não possam levar o vosso telemóvel/tablet/pc, ou até que ficam sem bateria. Uma vez que estamos habituados a ter acesso a estes equipamentos, é difícil conseguirmos lidar com o facto de não os termos. Nomophobia surge da apreviatura de Mobile Phobia que significa ficar medo de ficar sem telemóvel. E essa ausência causa-nos ansiedade, sendo mais significativa nos utilizadores mais intensivos.

Mas não há caso para alarmes, já existe forma de tratamento no Centro de Recuperação Morningside em Newport Beach, Califórnia.

 

Cybersickness - náusea digital

Depois de olhar-mos durante demasiado tempo para determinados ambientes gráficos ao voltar à realidade sente-se, por vezes, uma espécie de vertigem/tontura. Demasiada cor e estímulos visuais podem mesmo desencadear conflitos nos circuitos cerebrais e levar a convulsões. O termo, designado cybersickness, surgiu em 1990 para descrever a sensação de desorientação sentida por utilizadores iniciantes dos sistemas de realidade virtual. Actualmente não é bem para iniciante, será mais para os excessivos!

 

Dependência da internet

Semelhante aos jogos electrónicos, a dependência da Internet caracteriza-se pela vontade constante de acedermos à Internet. Sendo sintomas da dependência da internet:

-Preocupação excessiva com a internet;

-Necessidade de aumentar o tempo online para ter satisfação;

-Exibir esforços repetidos para diminuir o tempo de uso da internet;

-Presença de irritabilidade e/ou depressão;

-Quando o uso da internet é restringido, apresenta labilidade emocional (internet serve como forma de regulação emocional);

-Permanecer mais online que o programado;

-Trabalho e relações sociais em risco pelo uso excessivo;

-Mentir aos outros a respeito da quantidade de horas online. 

 

Cybercondria - hipocondria digital

Cada vez é mais comum o auto diagnóstico de doenças com base na internet, isto é, à mínima dor o que nos surge na ideia é ir à internet ver o que pode ser! Por norma surgem sempre os resultados mais assustadores associados aos nossos sintomas!

 

O efeito google

Sim, o google também já tem a própria doença, creio que não lhe falta mesmo nada agora! Basicamente esta perturbação torna as pessoas mais limitadas, isto porque, uma vez que podemos ter acesso fácil e simples a esta funcionalidade, temos tendência a não reter tanta informação de forma a recuperá-la posteriormente, até porque sabemos que o Google nos dá a informação que necessitamos em poucos segundos, substituindo, por assim dizer, a nossa memória. 

Este cenário promove a preguiça e, segundo o Dr. Rosen, o efeito Google até pode não ser uma coisa má, podendo ser visto como um novo paradigma social em que o ser-humano tem acesso a muita mais informação, tornando-nos mais informados. Mas vai também promover que não tenhamos tantos conhecimentos de forma intrínseca, assim, caso não estejamos junto de um equipamento onde possamos aceder ao Google, temos que recorrer aos conhecimentos da nossa memória a longo prazo e que são menores a nível quantitativo.

 

Depois de saber isto tudo provavelmente terei de ser internado, já que sofro da maior parte destas perturbações, se não me virem por cá nos próximos tempos já sabem!

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